sexta-feira, 22 de março de 2013

“Salve Jorge” é o “Todo Mundo em Pânico” das novelas

NOjorgeempanicoCAPA

Muito tem se discutido sobre quem é o culpado por “Salve Jorge” ser do jeito que é. Obviamente, ninguém deve querer assumir a culpa e fica jogando para o companheiro como se fosse uma partida de Batata Quente. Vamos tentar achar o culpado?

A primeira pessoa que pensamos é a autora, Gloria Perez. As novelas brasileiras, ao contrário das do resto do mundo, são bem autorais. Ou seja, elas dão espaço para um autor colocar elementos recorrentes que se tornam sua marca. Para Gloria Perez, as suas marcas são elencos numerosos, histórias fantasiosas, o uso de uma cultura exótica como pano de fundo e o cabide de empregos para atores que não costumam participar de novelas de outros autores (dessa vez temos Narjara Turetta, Mussunzinho e GRANDE elenco).

“Salve Jorge” tem todas as marcas da autora, mas não emplacou como “O Clone” ou “Caminho das Índias”. As gírias turcas não pegaram, as cenas com danças ainda são muito parecidas com as da novela da Jade (Giovana Antonelli) e a história foi sendo servida para o espectador como um rocambole de tão enrolado. Foram meses até Morena (Nanda Costa) ir para a Turquia, depois mais meses para ela passar pelo momento “Caverna do Dragão” que envolvia fugas que nunca davam certo e agora chegamos ao ponto em que a história está indo para algum canto. E, consequentemente, a audiência vem subindo.




Outro culpado pelo jeitão de “Salve Jorge” poderia ser a direção. Os erros de continuidade da novela são como uma injeção letal de Lívia (Claudia Raia) no Padrão Globo de Qualidade. Morena muda de cabelo quando alterna de cena, malas desaparecem e reaparecem, tudo é colorido demais e muitas marcações de atores são estranhas (por exemplo a Vera Fischer que fica sentada como um boneco de cera na boate turca). Ah, e também podemos colocar a culpa em “Avenida Brasil”, que sem querer fez o público desejar novelas mais interessantes e tornou o assunto “novela” divertido nas redes sociais.

Mas, afinal, de quem é a culpa pela qualidade de “Salve Jorge”?

Converso com muitas pessoas de diversas classes sociais diferentes sobre a novela, e é quase unânime que todo mundo critica a novela. Mas se todo mundo fala tão mal assim, por que a audiência vem subindo? Porque “Salve Jorge” se tornou uma comédia involuntária, uma paródia das novelas policiais. Quando Lívia mata Rachel (Ana Beatriz Nogueira), que havia pegado o elevador para procurar sinal de celular, nós damos risada.




Não sei quanto a vocês, mas acho muito divertido conversar com as pessoas sobre as situações absurdas da novela. Cada pessoa parece que quer assistir ao programa só para procurar um errinho e comentar com os amigos, ou publicar piadas em redes sociais. O Brasil inteiro está se unindo para fazer graça em cima de “Salve Jorge”, e você pode comprovar isso com o aumento dos memes nas redes. Recentemente houve o caso do problema com o Ades sabor maçã, e pipocaram diversas piadas sugerindo que esse deve ser o líquido letal que Lívia carrega em sua seringa demoníaca.

Temo que seja impossível identificar um culpado por “Salve Jorge”, mas é fato que o potencial de “Salve Jorge” nas redes parece tão grande quanto o de “Avenida Brasil”. Só que ao invés de um público se surpreendendo com reviravoltas, temos uma galera que se diverte apenas trollando a história. Dessa forma, a novela se assemelha à série de filmes “Todo Mundo em Pânico”, por oferecer uma auto paródia divertida de se assistir.

Uma pena que a autora ainda leve sua história a sério. Talvez, se desencanasse de ver seriedade nas situações absurdas de sua história, ela pudesse aproveitar um pouco do prestígio de quem tem acompanhado sua “Salve Jorge” apenas para dar umas boas risadas.

fonte: tv foco 

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